O rapel é uma ótima atividade para se conhecer e praticar, mas é importante estar atento à segurança. Usar os equipamentos completos e em bom estado é fundamental, porém não basta. Além disso, é preciso usar da forma correta. O modo como se “faz a segurança” para o escalador é um exemplo de erro que gera perigo e pode causar acidentes. É comum ao dar segurança de “top-rope”, utilizar o mosquetão que prende o freio de forma incorreta na cadeirinha, passando o mosquetão do freio tanto na parte inferior da cadeirinha como na parte superior . É uma falha grave ignorar o “belay loop” da cadeirinha.
As principais razões dessa utilização ser além de incorreta, perigosa são: o mosquetão ser projetado para ser submetido a cargas bi-direcionais e não em três direções; O loop da cadeirinha tem por objetivo ser o ponto de conexão para o rappel e para o escalador que estará guiando; o freio não permanecer linear se montado de modo errado, como a figura abaixo ilustra.
Já que é incorreto, porque tantas pessoas utilizam esse método? Essa técnica ou hábito vem das primeiras cadeirinhas, que antigamente, não possuíam o tal “belay loop”. Desta forma o mosquetão era sempre clipado tanto na fita das pernas como na fita da cintura.
Anos se passaram e hoje quase a totalidade das cadeirinhas no mercado possuem um anel de fita frontal, e apesar das recomendações dos fabricantes, boa parte dos montanhistas ainda utiliza o método antigo.
Mas afinal, qual é maneira correta para se fazer “fazer a segurança” que mereça esse nome? Para que você entenda melhor as formas corretas de se preparar para a prática de rappel, observe a imagem utilizada pela revista Climbing Magazine, em sua edição de maio de 2012. Nela está ilustrado o modo mais recomentado de utilizar os equipamentos de segurança na cadeirinha:
1) Freio afastado do corpo do escalador, cerca de 40cm.
2) Fita de auto-seguro (ou daisy-chain) presa usando um “boca-de-lobo” em ambas as partes da cadeirinha
3) Nó auto-blocante de backup para o rapel abaixo do freio
4) se o freio for um freio linear do tipo “tubo”, e se o freio tiver sulcos para uma maior frenagem da corda, deve-se avaliar se o escalador deseja usar essa configuração (de maior frenagem) para o rapel (com cordas finas ou corda simples isso geralmente é o desejável) ou que a corda tenha um menor atrito (como seria com um “atc” convencional), principalmente no caso de pessoas muito leves, cordas muito grossas, cordas molhadas e pesadas, etc..
Resumindo, a forma errada e correta, respectivamente, está mostrado na imagem que se segue: